Como faz todos os anos, a CTB, juntamente com demais centrais sindicais, definiu o índice que seria reivindicado ao Governo do Estado para reajustar o piso regional 2016, no início do mês de outubro. Com auxílio técnico do Dieese e seguindo um cálculo bastante conhecido, chegou-se a 11,55% como sendo um percentual justo a fim de apenas repor a inflação.
No dia 13 de outubro, dirigentes sindicais se reuniram com o secretário estadual do trabalho, Miki Breier, e formalizaram a entrega da pauta unitária das centrais ao Governo do Estado. Para garantir apoio dos deputados estaduais, foram feitas diversas visitas às bancadas da Assembleia Legislativa. Todos os líderes dos partidos, com os quais os dirigentes conversaram, reconheceram a importância do mínimo regional.
Já no dia 18 de novembro, o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, recebeu as centrais e propôs que os representantes dos trabalhadores procurassem outros dois secretários, o do Planejamento e do Desenvolvimento. Secretarias que, segundo Biolchi, também estariam acompanhando a discussão. Ainda no final do mês, nova reunião foi feita com o secretário do trabalho e audiências públicas sobre o piso regional, propostas pelo deputado Nelsinho Metalúrgico, começaram a ser realizadas no interior do Estado a fim de levar a discussão a trabalhadores do interior.
No início de dezembro, dirigentes sindicais se reuniram com os três secretários, responsáveis pelo tema, que sugeriram a participação de representantes de entidades patronais na discussão do assunto. Ao todo foram três encontros com a patronal, sem nenhuma conclusão. Os patrões querem a extinção do mínimo regional e o movimento sindical não abre mão de que o reajuste para esse ano seja o mesmo do Salário Mínimo Nacional, ou seja, 11,68%.
"Os patrões não valorizam a categoria e oferecem reajustes sempre abaixo do que é reivindicado. Por isso, os sindicatos lutam por um piso estadual. Em 2015, tivemos 16% de reajuste, enquanto os patrões do comércio ofereciam apenas 7,6%. Este ano, precisamos garantir os 11,6% e vamos à luta novamente", afirmou o presidente do Sindicomerciários de Montenegro e região, Joemir Oliveira.
Caso o reajuste de 11,68% seja aprovado pelo Governador do Estado e pela Assembleia Legislativa, o piso dos trabalhadores no comércio passará de R$ 1.054,42 para R$ 1.177,50.
Importância do Mínimo Regional
O Salário Mínimo Regional foi criado em 2001 e, desde então, representa um poderoso instrumento de democratização de renda, desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida para 1,5 milhão de trabalhadoras e trabalhadores gaúchos. A valorização desse piso pode contribuir tanto para o crescimento quanto para a estabilidade da economia na medida em que este sistema tem o potencial de gerar uma sólida circulação da demanda de consumo para um crescimento sustentável via o círculo virtuoso de salários e demanda agregada.
O Sindicomerciários de Montenegro acredita que a valorização do Piso Regional vem demonstrando a possibilidade de ação conjunta e unitária do movimento sindical gaúcho para um projeto de desenvolvimento do Estado que incorpore a melhoria da distribuição de renda.
Grande ato em Porto Alegre, no próximo dia 3
O Governador Sartori trata com descaso um assunto de extrema importância que afeta mais da metade dos trabalhadores com carteira assinado no Estado. Ao sair de férias sem formalizar um projeto de lei que já deveria ter sido enviado para a Assembleia, sendo inclusive votado, já que a data-base do Mínimo Regional é 1º de fevereiro. Contra a postura de Sartori é que as centrais sindicais farão ato em frente ao Palácio Piratini, no próximo dia 3 de fevereiro, a partir das 10h da manhã, quando os deputados voltam ao trabalho após recesso. Todos estão convocados para se somar a essa importante luta!