Domingo, 10 Novembro 2013 00:00

Queremos aumento decente

Desde março, o Sindicomerciários Montenegro tenta negociar avanços nos benefícios dos comerciários e comerciárias. Em novembro, vamos completar sete meses sem que a

direção do Sindilojas reconheça a importância de haver aumento real no nosso piso.

Por que chegamos a este ponto em que a mesa de negociação não conseguiu resolver a questão do reajuste? Porque o Sindilojas Montenegro acha que nós fizemos um acordo milionário em 2012, ao conquistarmos aumento de 10,25% e este ano quer fazer uma compensação. E como faz isso? Nos rebaixando. Na nossa assembleia de 25 de setembro, os trabalhadores e trabalhadoras decidiram por unanimidade manter a linha de nossa Campanha Salarial, que é buscar reajuste real acima da inflação, e rejeitaram a proposta do Sindilojas. Queremos aumento e condições de trabalho decentes.

Os comerciários manifestaram apoio total à diretoria do Sindicato pela não aceitação do reajuste nos valores apresentados pelo Sindilojas e demais sindicatos patronais. O

presidente do Sindilojas, Joemir Oliveira, diz acreditar que este ano a decisão pode parar na Justiça do Trabalho. “Vamos aguardar a decisão daJjustiça, se for preciso, mas

não vamos aceitar o rebaixamento do salário dos comerciários", disse o presidente do Sindicomerciários, após a decisão da categoria de não assinar o acordo. O dirigente dos comerciários alertou ainda, que não haverá acordo para abertura das lojas nos domingos de dezembro, caso o Acordo Coletivo de Trabalho não esteja fechado até lá. Neste caso, as empresas deverão pagar as horas extras com os adicionais previstos em lei.

 

Vem pra mesa, Sindilojas

Além de negar valorização, o Sindilojas adotou a prática de fazer queixa. Ao invés de vir para a mesa negociar em Montenegro, seus representantes procuraram o presidente

da Fecosul, Guimar Vidor, em outubro. Foram reclamar que o Sindicomerciários Montenegro estava irredutível e que não queria negociar. Nós queremos negociar. É na mesa que se resolve o Acordo Coletivo de Trabalho. Mas não aguentamos mais ouvir não dos dirigentes à nossas reivindicações. 

Veja as diferenças das propostas:

O que os comerciários querem (lojas) O que os patrões oferecem Se fosse só reposição de inflação

Piso: R$ 890 (+ R$ 45)

Aumento de 12%

Aumento real de 5%

Piso: R$ 840

Aumento de 5,66%

Rebaixamento: -1,31%

Piso: R$ 850,41

Aumento: 6,97% (inflação em junho de 2013)

0 (zero) de aumento real

 

A diferença entre as propostas:  R$ 890 – R$ 840 = R$ 50

 

O que dá para comprar a mais, segundo o DIEESE, tomando os preços dos produtos da cesta básica no mês de junho em Porto Alegre.

> 3 kg de carne (R$ 16,70 o quilo)

> 23 litros de leite (R$ 2,18 o litro)

> 11 kg de feijão (R$ 4,68 o quilo)

> 22 kg de arroz (R$ 2,23 o quilo)

> 154 cacetinhos de 50 gramas = + seis por dia (R$ 6,46 o quilo)

> 29 kg de açúcar (R$ 1,74 o quilo)

> 4 kg de café (R$ 13,56 o quilo)