A valorização do piso regional, ao contrário do que afirmam setores empresariais, significa um poderoso instrumento de democratização da renda, desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida para 3 milhões de trabalhadores gaúchos. Reconhecemos que essa política pode contribuir tanto para o crescimento quanto para a estabilidade da economia na medida em que este sistema tem o potencial de gerar uma sólida circulação da demanda de consumo para um crescimento sustentável via o círculo virtuoso de salários e demanda agregada. São mais de 1,3 milhão de trabalhadores atingidos diretamente por este piso. O papel do Estado é sim o de buscar o equilíbrio social e esta é uma das formas mais eficazes: valorizando o trabalho.
Se por um lado o governo concede mais de R$ 11,5 bilhões de isenções e desonerações de impostos, o que representa quase um terço do que é arrecadado, por que não pode redistribuir parte destes valores? Entre 2002 e 2013, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o estoque de trabalhadores formais no RS cresceu 52%, passando de 2.027.416 para 3.082.991. Na região metropolitana, a taxa de desemprego caiu de 14,8%, em 2001, para 5,7%, em julho de 2014, seu menor patamar histórico.
Fica demonstrado, assim, que a valorização do mínimo regional, junto com políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento, ajuda a fortalecer a economia que cresceu mais do que o dobro da média nacional, auxiliando no fortalecimento do mercado interno, vendas do comércio e geração de empregos.
Guiomar Vidor
Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS)
Artigo publicado no Jornal Zero Hora desta quarta-feira (12/11)